Sambô para todos os gostos
Reportagem ObaOba
Amigos misturam rock e samba e descobrem a receita (animada) do sucesso
Informal como uma roda de samba, pulsante como um show de rock. Assim
são as apresentações do Sambô. Surgido em 2005, em Ribeirão Preto, no
interior paulista, o grupo tem atraído pequenas multidões para suas
animadas apresentações, que trazem no setlist clássicos de artistas como
Janis Joplin, Rolling Stones e U2 em arranjos mais pagodeados.
O Sambô teve um início
descompromissado, como revela o tecladista Ricardo Gama: A gente se
reuniu para fazer um som. Nós já nos conhecíamos de outras situações e
eu, diferente deles, estava sem tocar. Churrasco na piscina, sabe?,
complementa o vocalista San. Passados sete anos desde a reunião
orquestrada às pressas para um showzinho entre amigos, o Sambô já se
apresentou no Big Brother Brasil, caiu no gosto da galera e agora tem
uma concorrida temporada de shows no Club A São Paulo, uma das casas
mais chiques e com público mais seletivo da capital paulista.
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E foi justamente antes de uma dessas apresentações que o Sambô atendeu a
reportagem do ObaOba. Se você pegar o iPod de cada um aqui, encontra de
tudo. Tem Célia Cruz, Zeca Pagodinho, Led Zeppelin, Stevie Wonder. Na
hora de fazer um som, você lembra de tudo isso que ouviu, contou San. E o
show do Sambô no Club A justificou a bagunça nas influências musicais
dos integrantes. Com um repertório variado, o grupo do interior paulista
mostrou ao público classe A da casa noturna que rótulos não servem para
o som deles.
Além de tocar clássicos do nosso samba como Não
Deixe o Samba Morrer, consagrada na voz de Alcione na década de 1970, o
Sambô também apresentou as já clássicas versões de This Love, do Maroom
5; Mercedes Benz, de Janis Joplin; e Satisfaction, dos Rolling Stones,
entre outras. O público, já acostumado com a mistura, sambava e vibrava
enlouquecidamente a cada batuque do pandeiro e acorde do cavaco do
grupo.
O Sambô fica muito feliz de poder levar essa música de
raiz, brasileira, para pessoas de outras classes, que na teoria não
gostam do som, declarou o tecladista Ricardo, com satisfação. Mas nem
tudo são flores na vida do Sambô. E a mistura de ritmos tão distintos
incomoda alguns extremistas, como revelou San: Existe uma critica ou
outra de alguns radicais. Mas os radicais são minoria e passam longe dos
animados shows do banda.
Integrantes do Sambô antes do show no Club A São Paulo; veja mais fotos da apresentação
Misturar rock com samba é o segredo do sucesso do Sambô? Difícil
afirmar com propriedade. Mas Ricardo arrisca uma teoria: É muito raro um
brasileiro não gostar de samba. Mas às vezes ele vai criando tantos
rótulos durante sua história, que acha mais legal falar que não curte. O
Sambô trabalha firme para acabar com esses preconceitos, e cada show
dos caras é uma celebração ao diferente, a inusitada mistura de gêneros
musicais tão distintos, mas tão parecidos.
Para celebrar a
união entre o rock e o samba, a pedido do ObaOba, todos os integrantes
do Sambô escolheram ícone dos dois estilos musicais. Olha só o resultado
da pesquisa de campo, talvez ajude a entender a mistura que é o som dos
caras:
San (vocal e pandeiro): Van Hallen e Arlindo Cruz
Ricardo Gama (teclados): Erasmo Carlos e João Bosco
Julio Feijuca (vocal, cavaquinho, guitarra e banjo): Jimmy Hendrix e Cartola
Zé da Paz (pandeiro): Creedence Clearwater Revival e Beto Ribeiro
Max Leandro (surdo e rebolo): U2 e Zeca Pagodinho
Sudi Lisi (bateria): Deep Purple e Djavan
Autor: Por: Anderson Nascimento
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